Parceria
TEMPO NO RIO
Visitantes
CRISE NO AR
domingo, dezembro 10, 2006
Imagem retirada do site www.ecolegal.com.br - Consciência ecológica é sempre legal.
Não se sabe nem se esses aviões de papel, ecologicamente corretos, têm autorização para decolar...
-----
A aviação brasileira vive um drama sem precedentes históricos. Controladores de vôos, autoridades e órgãos desse setor não se entendem. Um joga a culpa no outro. E quem paga a conta? Como sempre, o cidadão comum.

Homens, mulheres, crianças, idosos, negros, brancos, pardos, amarelos, católicos, espíritas, evangélicos, budistas, entre qualquer outra variação que possa existir, estão presos nos aeroportos. As menores distâncias se tornaram enormes. É capaz de alguém que saia de ônibus do mesmo lugar chegar primeiro. O desrespeito é geral. E não há desculpas. Por que não há equipamentos? Por que não há número suficiente de controladores? Por que há o chamado “ponto cego”? Por incompetência administrativa. Ou por qualquer outro motivo, mas a culpa, a negligência, a imperícia, não são dos passageiros.

O acidente com o avião da GOL, em setembro passado, foi o estopim para a crise atual. Lá, 154 pessoas morreram após a colisão do boeing com um avião de menor porte, na região de floresta do interior do Mato Grosso, que resultou em sua queda. O mais trágico acidente da história da aviação brasileira abriu a ferida que era fechada com medidas paliativas. “Descobriu-se” o ponto cego, “percebeu-se” que havia muitos aviões no ar ao mesmo tempo para a quantidade de controladores e capacidade dos equipamentos. Veio a tal operação padrão.

Aqui, só levanta vôo um número reduzido de aviões ao mesmo tempo. Coisa de 10 ou 20% do “normal” diário. Veio o caos. As empresas aéreas se recusam a diminuir o número de vôos. Os controladores se recusam a voltar a operar um número elevado de decolagens. As autoridades se recusam a resolver o problema. E o presidente, autoridade máxima, viaja tranquilamente com seu avião particular pelo mundo, durante a crise. Ele, então, age da mesma maneira que a governadora do Rio e o governador eleito deste estado agem com relação à violência: nem se pronuncia.

O presidente Lula se vangloria de ter “arrumado a casa” da energia elétrica, quando buscou ativar o uso novas fontes, como a nuclear, por exemplo, a fim de evitar os apagões da época de seu antecessor. Problema este, que, obviamente, não foi causado por Fernando Henrique, mas sim por um processo de anos de descaso no setor. Ou seja, FH não foi a origem do problema, mas leva a culpa, até hoje, por ter sido o momento que o problema ocorreu. Então, senhor presidente, o problema da aviação é seu. Não adianta dizer que já existia. Medidas precisam ser tomadas.

O cidadão comum fica nos aeroportos por horas, noites e, até mesmo, por dias. As empresas aéreas não dão o suporte necessário, segundo contam os próprios passageiros em entrevistas à imprensa. Falta pouco para algum egrégio funcionário do alto escalão governamental vir a público dizer que a culpa é dos passageiros, que insistem em viajar.

Algumas coisas não estão claras: por que uma torre em Brasília, uma torre só, controla a grande maioria dos vôos do país, incluindo toda a região sudeste? Por que não desvia os aviões que passam pelo “ponto cego” para uma nova rota, onde seja possível se controlar o vôo integralmente? E agora uma pergunta que poderia, no meu entendimento, ter salvo 154 vidas: Por que não desviaram o boeing se não conseguiam contato com o avião menor? Algo me diz que a resposta “por conta da burocracia” seria uma resposta presente em todos os “porquês”.

Esperando que algo seja feito para que se resolva este problema, uma frase muito inteligente publicada no jornal O GLOBO de hoje, 10 de dezembro, na coluna de humor Agamenon, me cativou e reflete bem o sentimento das pessoas que não suportam as bandalheiras administrativas feitas no Brasil: “Não dá nem mais para a gente fugir do país e ir embora para sempre. Os vôos foram cancelados.”
posted by S. N. @ 13:29  
2 Comments:
  • At quarta-feira, dezembro 13, 2006 9:53:00 AM, Anonymous Anônimo said…

    Alvim,

    Acho que a sua pergunta sobre o acidente não é tão dificil de responder.

    Já que todos os fatos indicam que o avião da Gol também estava sem comunicação. Afinal ambos não estavam no tão famoso "ponto cego"?

     
  • At sábado, dezembro 16, 2006 12:55:00 PM, Blogger S. N. said…

    A questão é que tentaram contato com o Legacy desde muito antes dele entrar no ponto cego e não conseguiram. Se fizessem contato com o Gol neste momento, quando eles já estavam na mesma rota, tudo seria evitado, ao meu ver.

    Abraços, Mandibula!

     
Postar um comentário
<< Home
 
O Autor

Nome: S. N.
Local: Rio de Janeiro, Brazil
Sobre o Autor: Jornalista.

Sugestões, críticas ou comentários por e-mail - Clique Aqui

See my complete profile

Posts Recentes
Todos os Posts por Dia de Postagem
Links
Powered by

BLOGGER

© Imprensa Independente Blogger Templates by Isnaini and Cool Cars Pictures