Parceria
TEMPO NO RIO
Visitantes
RIO DE LÁGRIMAS
sábado, dezembro 30, 2006
Última semana de 2006, Rio de Janeiro. Facções criminosas rivais se unem e cumprem atentados nas ruas da cidade do Rio e na região metropolitana. O pior dos incidentes, se é que se pode fazer algum critério de importância nisto, foi o incêndio do ônibus da empresa Itapemirim, que estava no Rio apenas de passagem, e levava pessoas do Espírito Santo para São Paulo. Provavelmente, a maioria delas, estava indo visitar a família ou um amigo querido para passar a virada do ano.

Isto, leitor, estava. Exatamente essa palavra, que chamou a sua atenção, é a mais importante do trecho acima. Para alguns dos passageiros, nenhum verbo será conjugado novamente. E é assim que saímos de casa, conjugando verbos. Quando começamos o dia, pensamos: “Tomara que nada aconteça.” Quando retornamos para casa, pensamos: “Graças a Deus estou de volta, inteiro.” Intimamente ou explicitamente, pensamos assim sempre. E isso porque não temos governo, não temos polícia, não temos ações, sejam elas políticas, de segurança, sociais, ou qualquer outro tipo. O que se vê é um abandono completo das ruas e das instituições que deveriam lutar pelo bem-estar do cidadão comum.

O Comandante Geral da Polícia Militar do Rio, Coronel Hudson Aguiar, em entrevista, disse que a população não precisa temer nada e que a PM está tomando conta da cidade de forma intensa e rígida. Mais uma vez, requisito um nariz de palhaço, como em outras situações ao longo do ano. Bandidos queimam pessoas vivas e a cidade está plenamente protegida? Esse é o mal que existe em pessoas meramente políticas. A governadora Rosinha não expressou o menor sentimento ao falar do assunto. O Sr. Hudson Aguiar fala essas coisas em rede nacional. Enquanto isso, ônibus vira crematório.

É preciso haver uma mudança radical de mentalidade de comando. Não dá para demitir milhares de policiais e resolver o problema. A mudança é de mentalidade. Ou se governa para o povo e contra os bandidos ou se admite que os traficantes fazem o que querem, na hora que bem entendem. A bomba está no colo de Sérgio Cabral e seus comandados.

Um susto muito bem dado seria o Rio de Janeiro perder o direito de sediar os Jogos Pan-americanos de 2007. Seria extremo, mas a situação atual não é extrema? Não posso nem pensar na dor de ter um parente ou um amigo morto, cruel e covardemente, como morreram os civis no ônibus da Itapemirim, a ambulante em Botafogo e o homem que ia prestar queixa na delegacia e acabou metralhado. E o mais incrível, é que esta dor já nos assola, mesmo não sendo ninguém próximo. Porque quem está próximo, cada vez mais, é o perigo de perder a vida numa situação dessas.

A perda da sede soaria como vergonha nacional. E isso feriria muito mais do que “simplesmente” inocentes que andam pelas ruas. Feriria a imagem do Rio e do Brasil no mundo, os governos, municipal, estadual e federal. A partir daí, tenho certeza que atitudes muito mais eficazes seriam tomadas.

Que 2007 seja mais que o ano do Pan do Rio. Seja o ano da virada na segurança do Rio de Janeiro. Com ou sem Pan.
posted by S. N. @ 01:06  
1 Comments:
  • At sábado, dezembro 30, 2006 1:13:00 AM, Anonymous Anônimo said…

    Eu sou argentino mas amo Rio. Eu adoro essa cidade, mas fico triste quando vejo que Rio tem atentados nas ruas da cidade.
    Eu dessejo que Rio seja em 2007 uma cidade livre e com muita paz.


    RIO... EU TE AMO !!!

     
Postar um comentário
<< Home
 
O Autor

Nome: S. N.
Local: Rio de Janeiro, Brazil
Sobre o Autor: Jornalista.

Sugestões, críticas ou comentários por e-mail - Clique Aqui

See my complete profile

Posts Recentes
Todos os Posts por Dia de Postagem
Links
Powered by

BLOGGER

© Imprensa Independente Blogger Templates by Isnaini and Cool Cars Pictures