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BEM VINDO À SELVA
quinta-feira, novembro 30, 2006
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Nem o felino escapa...

Quando eu era pequeno, se dizia que o Rio de Janeiro era uma cidade violenta e perigosa de se viver. Depois, com o passar dos anos, na minha adolescência, o Rio continuava merecendo os mesmos adjetivos. Hoje, adulto, ainda jovem, esta cidade, que um dia já foi chamada de maravilhosa, piora cada dia mais.

Como vamos falar do Rio? Uma cidade muito, demais, exageradamente violenta e perigosa? Não existem nem “pontos cegos”, onde a violência urbana não chegaria. Façam um exercício de memória: “Turistas são assaltados na Linha Vermelha”, “Empresário morto na porta de casa”, “Mulher assassinada em esquina nobre do Leblon”, “Rocinha em guerra”, “Cinco mortos em Vigário Geral”, “Corpos encontrados no Complexo do Alemão”. E chega, sob pena de nada mais escrever além de informações sanguinárias. As cidades que estão coladas no Rio, como Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Niterói, São Gonçalo, também estão sendo diretamente atingidas por este crescimento da violência no Rio.

As autoridades parecem estar muito satisfeitas com tudo. A governadora, de saída, nem se pronuncia com relação à violência e faz gastos milionários com publicidade de seu governo. É um absurdo essa propaganda em horário nobre falando das ações governamentais. Governo bom não precisa fazer propaganda, Sra. Governadora. Enquanto isso, as pessoas de bem estão sendo assaltadas, violentadas e mortas nas ruas, qualquer hora, faça sol ou chuva. A vida no Rio de Janeiro vale menos que uma bala. Ou melhor, que um doce. Porque o comércio e o tráfico de armas e munições vale muito dinheiro e funciona a todo vapor, harmonicamente. O governador eleito, por sua vez, só fala de seu secretariado novo e de cortes de gastos. E este homem, eleito por uma maioria esmagadora de votos sobre a segunda colocada, tem a missão de “virar o jogo” contra a violência.

Qualquer moleque de rua tem uma faca, um revólver, um estilete. E eles estão em todas ass esquinas. Zona sul, zona norte, zona leste, zona oeste. Nenhum canto de uma bússola está a salvo no Rio.

Se alguém de fora me perguntar se deve visitar o Rio a resposta será negativa, acompanhada de uma pergunta: “Você tem amor a sua vida?” E logo depois completaria: “Então não venha, porque andar na rua é uma roleta russa. Bem vindo à selva urbana”. As praias, os bares, os arcos da lapa, o pão de açúcar, o corcovado, entre outros pontos que atraem pessoas de fora para cá, todos estão inseguros. Todos. Sem falar do traslado que se faz até chegar nestes locais.

Agora vem a pergunta: quando isso vai melhorar? O Rio de Janeiro teve a audácia de se candidatar e vencer a disputa para sediar os Jogos Pan-americanos de 2007. Aí vem exército para as ruas, a polícia de mobiliza e até os bandidos fazem corpo mole para não terem seu comércio afetado. O teatro vai ser ótimo. Dificilmente teremos problemas com segurança. E passado o Pan... tudo voltará ao normal! O Rio voltará a ser um faroeste.


É preciso investir em infra-estrutura, em segurança. Não existe pior hora para gastar “rios” de dinheiro para organizar um Pan-americano. O povo carioca precisa de educação, saúde, emprego e paz. Coloca-se um nariz de palhaço em todos nós, que, por força das circunstâncias, até apoiamos a competição, afinal de contas, o esporte é o único motivo que o brasileiro e, principalmente, o carioca tem para sorrir.

Aliás, quem me dera ser um palhaço de verdade. Viver fazendo arte, gerando sorrisos em crianças, adultos e velhinhos. Enquanto isso, poderíamos aproveitar para transformar tudo num circo. Os governantes, por exemplo, serviriam de comida para os leões. Ou para as moscas.
posted by S. N. @ 17:37   1 comments
O Autor

Nome: S. N.
Local: Rio de Janeiro, Brazil
Sobre o Autor: Jornalista.

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