Parceria
TEMPO NO RIO
Visitantes
CRIAÇÕES - CASO ELOÁ
sábado, outubro 18, 2008
*************
Segundo informações da ESPN Brasil, agora, às 1h05, horário brasileiro de verão, no dia 19/10/2008, foi atestada, às 23h30 do dia 18/10/2008, a morte cerebral da menina Eloá. O texto abaixo foi escrito antes deste ateste da equipe médica. O Imprensa Independente se solidariza a dor dos familiares e pede reflexão aos leitores. Bom descanso, Eloá.
******************
Antigamente o respeito pelos pais e os valores morais da família eram pilares irretocáveis. Obviamente isso não vinha do ser humano, mas sim de sua criação. E é exatamente isso que não acontece mais hoje.

O emblemático caso do seqüestro da menina Eloá, em Santo André, pelo ex-namorado, Lindemberg Alves. Neste momento Eloá encontra-se em estado gravíssimo por ter levado um tiro na cabeça. Segundo as primeiras entrevistas do médico que a operou, a menina corre sério risco de morte. E se sobreviver, provavelmente ficará para sempre em estado vegetativo. A mídia esgotará todas as discussões sobre os aspectos penais e da ação da polícia, mas eu quero a reflexão com relação ao comportamento de pais e filhos.

Só para não deixar passar, aproveito para reprovar firmemente a atitude da polícia paulista, que, aliás, entrou em guerra contra si mesma na última quinta-feira, em pleno centro de São Paulo, em devolver ao cativeiro uma menina de 15 anos depois desta ter sido libertada. É lamentável como um bando de trapalhões faz parte de um serviço de inteligência. Ficaram na mão do seqüestrador. Mesmo o sujeito colocando a cara na janela algumas vezes. Atiradores de elite para quê, não é? E ainda ganharam mais uma pessoa ferida ao fim de tudo. A menina Nayara saiu do local com um tiro no rosto, mas está fora de perigo. E o infeliz comandante da operação, coronel Eduardo José Félix, ainda diz que colocaria seu filho no cativeiro. Vergonhoso e hipócrita.

Aproveitando que o “articulado” coronel falou sobre seu filho, começo minha reflexão sobre a criação e o comportamento social dos adolescentes de hoje. Liberdade intensa, livre escolha, democracia juvenil. As conseqüências estão aí. E só não ver quem não quer. Minha análise é fria e baseada em experiências de vida. Não sou pai ainda e espero ter a tranqüilidade e serenidade necessárias para criá-los ou criá-las bem.

O que se vê hoje é uma ditadura dos filhos. Os pais trabalham muito ou não estão muito preocupados com valores e ensinamentos a seus filhos. Mesmo os que tentam, quando percebem já perderam o controle. Segundo informações, Eloá namorou por quase 3 anos com Lindemberg. Sendo que, hoje, Eloá tem 15 anos e o rapaz 22. Conta rápida e percebemos que os dois começaram a namorar quando ela tinha 12 ou 13 anos e ele 19 ou 20.

Desde quando uma adolescente de 12 ou 13 anos está preparada para uma relação totalmente séria? Este é um momento de transição. A saída da infância para a juventude. O começo da puberdade. Nem personalidade ainda existe. É o início da imaturidade. Isso mesmo leitor. Da imaturidade. A partir daí é que se começa a errar na vida para se acertar lá na frente. E neste momento os pais devem estar atentos.

Culpa indireta. Se é que existe culpa indireta. Os pais ou responsáveis de/por Eloá, como muitos pelo Brasil, provavelmente não perceberam o problema. Agora correm o risco de pagar pela liberdade exagerada, pela compreensão integral e por não nortear uma inexperiente menina. O rapaz podia ser ótimo, mas em um surto de personalidade resolveu fazer bobagem. Eloá ou perde a vida ou fica cheia de limitações físicas e mentais.

Por receio, falta de tempo ou qualquer outra desculpa, os pais e responsáveis de hoje em dia são muito permissivos. Não tomam conta da formação e não observam a vida de seus filhos adolescentes como deveriam. Obviamente, com exceções. Mas a regra é custear educação e dar casa e comida e pronto. E não é isso. Pais e responsáveis precisam estar atentos aos conflitos, problemas, situações delicadas. Uma menina que namora quase 3 anos com um rapaz possessivo e ciumento, conforme informações de conhecidos de ambos, não pode ter sido bem acompanhada em casa. Pais e responsáveis que se eximem de uma bronca, uma proibição, uma orientação mais forte, podem pagar preços altos como os de Eloá.

Por incrível que pareça, Lindemberg também é vítima. Uma pessoa bem criada e com conceitos familiares sólidos não chegaria aonde ele chegou. Mas é uma vítima que se tornou vilão. E teve tempo para se tornar “apenas um apaixonado maluco”. Mas se tornou um homicida muito lúcido. E irá pagar para sempre por seu crime, independentemente da pena que lhe for atribuída.

Vale lembrar que, por não conhecer a família de Eloá, usei o caso apenas como exemplo para a discussão. Não posso atribuir a eles culpa no caso. Mas que houve omissão, isso houve. Peço a reflexão de todos em suas próprias casas. E desejo sorte a menina que passa por delicado momento de saúde. Não desejo que continue viva ou que morra. Apenas sorte.
posted by S. N. @ 16:13   6 comments
O Autor

Nome: S. N.
Local: Rio de Janeiro, Brazil
Sobre o Autor: Jornalista.

Sugestões, críticas ou comentários por e-mail - Clique Aqui

See my complete profile

Posts Recentes
Todos os Posts por Dia de Postagem
Links
Powered by

BLOGGER

© Imprensa Independente Blogger Templates by Isnaini and Cool Cars Pictures